The kindness of strangers

Ora, seguindo com os posts sobre a minha realocação cá vão as historias do dia de ontem.

Ia a caminho do gabinete de imigração, no tram 2, e decido perguntar á moça ao meu lado onde devo sair (fica aqui a nota: a saida mais perto do GBA é na Heineken Brewery, mas sem parar para ver a exposição, ok?) . Ela responde-me num pidgin english que me pareceu jamaicano, mas nunca fiando "cume wid me man, I go there too". Conclusão do dia: Ao abordar um estranho em Amsterdão, as hipoteses de:
- este falar inglês :99%
- este ser estrangeiro : 60%
- este ser uma esta : 75%

E pronto, lá fui eu tratar de mais burocracia. Despachado que estava ao fim de 5 minutos, até porque tinha de marcar uma reunião por telefone antes de ir á migra cá do burgo e não o tinha feito, so... no deal. OK, sem problemas, ainda deu para ir ao ABN-AMRO abrir uma conta. News flash: os bancos aqui fazem de tudo para agarrar clientes. Parecem as financeiras de esquina ai em PT. Resultado, abro uma conta sem pagar um centimo. O que vem mesmo a calhar, porque é mais ou menos todo o dinheiro que tenho.

A caminho do banco, e sem grande aviso o ceu deixa de ser tão azul, o sol esconde-se por trás de umas nuvens negras e começa a chover. Granizo. Eu fui apanhado de surpresa, mas não tanto como um ciclista passou por mim a segurar um bebé ao colo. Gente estranha... até me deu arrepios. Já vos falei da minha teoria entre o uso de bicicleta e o consumo de drogas?

Bom, refugio-me dentro de uma tabacaria com um outro transeunde. Um velho daqueles que ainda se deve lembrar da II Guerra Mundial. Queixo-me da chuva e ele não esta com meias medidas... pede-me para esperar um pouco que ele vai a casa buscar um chapeu de chuva para mim! E foi mesmo, á chuva... ao frio... fiquei sem palavras para lhe agradecer e sem 2 euros que tinha no bolso e que insisti em dar-lhe pelo chapeu.


Claro que nem tudo podia ter corrido bem... o chapeu é azul e branco, cores que não me alegram o coração de maneira nenhuma. Nem no estrangeiro!