Wednesday, February 07, 2007

Post em continuaçao da "conversa" com mlopes

Olá de novo caro,

Espero não te estar a maçar com os meus comentários, não é esse o meu objectivo.

Pelo que vejo a tua decisão está tomada e não haverá nada a dizer que te possa fazer mudar de opinião. Pelo que deveria desistir, mas não consigo (signo Touro...).

Vamos então fazer um jogo. Eu avanço com pontos que deves seguir enquanto concordardares. Assim que encontres um ponto que não concordes podes parar.

Acreditas que Pavlov estava errado e que haverá pessoas que repetem o mesmo erro mesmo quando são duramente penalizadas (histerectomia é uma imagem que me vem á cabeça mas também a excisão) á primeira tentativa? Há os doentes. Mas também há os psiquiatras.

Achas preferivél ver noticias ou saber de casos de abandono pós-natal, ou saber (ou ver) noticias de uma interrupção voluntária de gravidez? Nem sequer dá direito a tempo de antena, não é?

Compreendes que "71% das estatisticas são inventadas em cima do joelho"? Mais concretamente, e por exemplo:
- O nr. de IVGs em Espanha aumenta de ano para ano. Ok, e quantas das intervenções são realizadas em portuguesas? E marroquinas? E venezuelanas? E....
- Na Holanda o nr. de IVG tem vindo a aumentar. Sim, especialmente na comunidade islamica que proibe as raparigas de assitir ás aulas de educação sexual.
- O 1% dos 71% foi esta mesma estatistica. Não sou estatistico, nem matemático. Nem a maioria das pessoas que cospe numeros em programas de televisão, radio e blogs. Agora os dois primeiros pontos foram-me transmitidos por um analista (estatistico) holandês.

Acreditas que há outras maneiras de combater o aborto ilegal que não passam pela legalização? Claro que há a educação sexual (que foi prometida á 8 anos e até hoje não arrancou), há a ilegalização... mas já é ilegal. Há o combate com a perseguição (mas são os defensores do não os primeiros a dizer que o aborto é um crime sem castigo em Portugal. Se uma mulher não é condenada por abortar, então não há caso possivel contra as pessoas que fizeram esse aborto)

Quando houves dizer que uma mulher que queira abortar precisa de ser aconcelhada, percebes a profunda hipocrisia nesta frase? Como é que pode haver conselhos se só a opção de levar a gravidez pela frente é legal? Sabendo isto, quantas mulheres pensas tu que recorrem á ajuda dos psicólogos ou das instituições que existem para este efeito?
Não te parece que se souberem que, caso realmente a IVG seja uma solução legal, não haverá mais pessoas a recorrer a esta ajuda? Assim talvez se salvem vidas. E familias.

E o tráfico de crianças? Achas que a maioria das vitimas são filhos de familias que tudo fizeram para os proteger ou filhos de pessoas que não os quiseram e pior ainda, lucram com a sua venda? Há noticias de raptos e desaparecimentos todos os anos, mas se morares num bairro pobre (ou conheceres alguém que more), pergunta por isso.

Concordas que uma mulher deva ter poder de decisão sobre o seu futuro ainda que essa decisão cá contra os teus pontos de vista e principios mais básicos?
Se não concordas, liga imediatamente á primeira namorada que acabou contigo ou á primeira rapariga que te deu tampa e diz-lhe que achas ilegal o que ela fez. Poderia ter havido todo um projecto...
Se achas que depende, há muitos niveis de concordância e que talvez o que para ti não tem razão de ser, para outros pode ser um factor decisivo de toda uma vida... Há um referendo no próximo domingo que sugiro que vás (logo que saias da confissão em que pedes perdão para o caso de estares errado) e vota SIM.

1 comment:

Mário Amorim Lopes said...

Viva novamente. :-) As perguntas são interessantes e extensas e o dia foi longo, pelo que mal tenha disponibilidade (eventualmente no fim de semana) darei uma pausada e reflectida resposta a todas.

Fica a dica que encontrei umas tantas falácias ;-)